domingo, 5 de abril de 2009

Essa ancoragem

 

E assim nos meus campeios pessoais vou lapidando o que tenho dentro de mim no sentido das buscas e compassos nos sorrisos que um dia perdí.

Ontem na força inabalável e no avanço face a face no combate ao mal.

Hoje no recuo necessário para que possa assim novamente levantar as armas, não mais as das violência nas palavras ou no gesto profano dos que procuram nas noites nefastas a sombra na calçada sobre a fresta da janela dos sentimentos mais tristes.

Vou ancorar.

tom

Talvez eu chegue em um porto ou talvez eu parta de um porto. Mas o que permite-me continuar vivo é justamente as possibilidades em não esperar nada do mundo, mas viver o que o mundo me dá.

Se partirei ou chegarei sozinho são os devaneios que assim seguem nos resquícios das esperanças.

Nas pequenas razões do diário cotidiano do toma lá.

Mas não há solidão quando nosso coração é sereno.

O que posso dizer então se de mim ficou uma sombra ou um nada naquelas noites isso só eu sei.

Os fantasmas noturnos que apareciam por vezes éram apenas as sombras nefastas que me permitiram avançar.

E assim tenho sentido o vento no rosto ou o frio da noite.

Seguí invisível por vezes.

Em outras faço-me ver. Permito-me ver. E fiz-me viver.

Permito-me tocar.

Permito-me amar. Permito-me continuar só mais um dia.

Mais um dia.

E assim no tocante ao que eu poderia um dia brilhar os olhos meus notei que já não mais tinha olhos.

Então nas trevas minhas. Nas escuridões minhas. Tateei no que confiei.

Permiti-me novamente a encontrar meus olhos.

E por assim dizer é o que me toca que me faz viver.

Tom Capella.

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