quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O Paletó azul

 

Paletó azul marinho escuro. Mal cabia em mim com apenas 25 anos. Tirei a gravata. E ali estava eu enfrentando minhas primeiras ventas. E por vezes seria eu ali apenas um lapso, pois nem das armas que tinha sabia utilizá-las. As palavras.

Bastava um bom sorriso para que dissesse, aquele ser é bom.

Não sabia ainda de forma direta o que seria a verdadeira expressão das máscaras.

Do baile de máscaras que poderia envolver-me. E não tinha noção que o baile em que eu participava estava forte. Um ambiente político, poder, vaidades, jogos.

Após a primeira demissão, já era corajoso e sabia mesmo sem esta formatação do amadurecimento o que queria ou não.

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Mas tem cenas que jamais esquecemos.

Ao retirar minhas coisas das gavetas. Meu porta retrato na mesa. Meu quadro a Sala dos Municípios. Um prefeito ou outro ali chegando sem entender porque eu estava indo. Levei tamanho susto. Padre Plínio Toldo, na época prefeito de São Simão, Gino Corbussi, prefeito na época de Avanhandava, Mosquito, Ariranha, Sinoel Batista, Penápolis, Mauro Brito, Andradina, Santa Cruz da Conceição, Tambolim, São José do Rio Preto, Figueiredo,  entre tantos outros..

Na sala ao lado da assessoria executiva do interior, lá estavam elas e eles. Sim. Todos ali. Uma verdadeira roda viva.

Mensageiros, mordomos, faxineiras, todas. Com um presente. Nunca vou esquecer-me o rosto dela. Uma senhora de idade. A que sempre entrava em minha sala e dizia. Com licença doutor. Eu sério nos meus afazeres dizia. Não sou doutor. Fique a vontade.

Juntaram um dinheiro e deram-me um presente que até hoje guardo comigo durante todos esses anos. Uma bíblia.

Engraçado que sem melodramas. Todos choraram. Mas não perguntaram nada. (os simples)

Eu abracei um por um. E fui lembrando com eles cada dia. Cada tarde que lá iam e em algum momento ganhavam um doce, de muitos que eu ganhava de prefeitos, ou uma lata de doce de coco, uma agenda, um pernil quando do natal. E assim com pequenas coisas que eu mesmo aos 25 anos nunca percebi criei ali uma rede de boas vibrações.

E assim. Fui. Deveras a seguir meu caminho.

João Leiva

Obs.: 1 mês depois fui chamado de volta (1 hora da manhã por telefone) pelo Senhor Secretário (Dr. João Leiva – in memorian)

E falar do Dr. Leiva, deputado estadual, secretário de obras, é falar do que há de melhor.

Um ser de luz. Correto! Justo e sensato. Muito do que sei aprendi com ele.

E não é balela, ou blá, blá, blá.. eu emociono-me mesmo ao falar desse ser, aliás tenho um amor muito grande de amigo, colaborador com o mais puro zelo e respeito e admiração, fidelidade, lealdade, tanto que não continuei no meio.

(E sei que ele está em paz em algum lugar desse universo porque Dr. Leiva é e sempre será um ser de luz. )

Eu conhecí na terra pessoalmente um homem de caráter de verdade.

Conhecí outros, mas como ele confesso que não.

Nunca vou te abandonar amigo.. até meu último suspiro na terra..

Off. (sem palavras)

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10 anos de tanta saudade!!

Morre o ex-deputado João Leiva


O presidente do diretório municipal do PMDB, João Osvaldo Leiva, morreu no domingo 18 vítima de câncer no estômago. Ele estava há um mês internado no Hospital Santa Catarina (São Paulo). Leiva foi deputado estadual, secretário de Obras no governo de Orestes Quércia (1986-1990) e disputou a Prefeitura em 1988. Destacava-se pela capacidade de articulação política. (1999)

       “Ser de luz”

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