E por assim dizer Clarice, pensam que viajamos. Pensam que vivemos as margens da realidade. Mas somos sensatos, fingimos que não vemos. Interagimos, pactuamos com o silêncio por vezes necessário para podermos assim acreditar em anjos, de forma que possam assim existir em nossos caminhos, esses que você diz que mesmo que perdidos acabamos nos encontrando.
O que permeia nosso ser Clarice, é que somos verdadeiramente realistas. O que por vezes não compreendem é nossa infinita capacidade de amar.
Mas também de sentir a dor do "ser".
Sim Clarice, nossas verdades podem por vezes serem inventadas e por vezes nos transformamos de forma gradativa no que falamos e assim agimos, ou vice-versa.
Por vezes tão sós em meio à multidão ou estranhos em nossos próprios redutos.
Sim Clarice, compreendo-te na tua imensidão silenciosa do que você arregimenta em seus universos cândidos permeados por uma invisível sensação de vazio e preocupação assim mesmo com aqueles que pensam que apenas existem.
(mas não descobriram que vivem)
Tom Capella.
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