quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Clarice Lispector

 

E por assim dizer Clarice, pensam que viajamos. Pensam que vivemos as margens da realidade. Mas somos sensatos, fingimos que não vemos. Interagimos, pactuamos com o silêncio por vezes necessário para podermos assim acreditar em anjos, de forma que possam assim existir em nossos caminhos, esses que você diz que mesmo que perdidos acabamos nos encontrando.

O que permeia nosso ser Clarice, é que somos verdadeiramente realistas. O que por vezes não compreendem é nossa infinita capacidade de amar.

Mas também de sentir a dor do "ser".

Sim Clarice, nossas verdades podem por vezes serem inventadas e por vezes nos transformamos de forma gradativa no que falamos e assim agimos, ou vice-versa.

Por vezes tão sós em meio à multidão ou estranhos em nossos próprios redutos.

Sim Clarice, compreendo-te na tua imensidão silenciosa do que você arregimenta em seus universos cândidos permeados por uma invisível sensação de vazio e preocupação assim mesmo com aqueles que pensam que apenas existem.

(mas não descobriram que vivem)

Tom Capella.

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