Estive observando, vejo uma Macabéa, todos os dias materializada na figura de uma mendiga, esta bonita por sinal e com traços de realeza.
Vive em um mundo só dela, anda pela avenida, nunca pode perceber que estamos observando-a, pois fica agressiva, sempre observo de forma discreta.
Noto ali que nem ela sabe (como Macabéa) que não é feliz. Traço este entre a lucidez e a loucura, pois há dias em que está vestida como uma cinderela.
Não, não, não olho sobre os sentidos de um homem. (com seus desejos), apenas observo-a sempre quando me deparo com ela na avenida, como se dela tirasse algo, uma experiência e aplicasse isto em minha própria vida que talvez em contraste com esta minha Macabéa, eu ache que sou feliz.
Ou feliz dentro das infelicidades da própria vida. Nos deparos rotineiros dos acontecimentos e vivência de cada ser humano de forma individual na face da terra. Talvez assim, liberte de mim, e solte para o espaço traços de egoísmo, mas não confundindo os mesmos com hilaridade ou demasiado molejo.
Obs.:
Macabéa é a personagem principal de "A Hora da Estrela" de Clarice Lispector
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