sábado, 14 de fevereiro de 2009

O menino que queria ser mágico!

 

(Este texto é apenas um ensaio. Uma brincadeira)

Anicleto, o mágico, tinha a capacidade de fazer em suas apresentações acontecer o sonho por alguns minutos de muitos dos presentes. Aquele homem mais simples, em meio a multidão, derrepente surgia no meio do palco improvisado como um lord inglês. images (33)

Maltrapilho, tornava-se por alguns minutos um cavalheiro da mais alta corte.

A mulher humilde, tornava-se uma das mais belas donzelas da corte. E por momentos começava a dançar como uma bailarina com seus trajes coloridos e gestos suaves.

A música ao fundo envolvendo a todos.

Anicleto, com suas calças longas, com forte entonação ao vinho. Seu chapéu com uma leve pena azul a cair em direção a seus ombros e sempre jogado ao chão.

Com seus olhos brilhantes e um enorme sorriso, a tudo observava e tornava-se cada vez mais feliz com suas mágicas por possibilitar o sonho daquelas pessoas humildes.

Um verdadeiro conto de fadas.

Seus sapatos um deles furado, percebia de leve as poças dágua que ali ainda permeavam após uma leve chuva da tarde.

Mas Anicleto, o mágico, continuava em sua postulação, em sua mais nobre alegria em saber que em mais uma de suas apresentações levava ali o doce encanto da realização dos sonhos mais belos.

Minutos depois a mulher que de bailarina retornava a sua realidade, seguia essa para mais uma jornada de sua vida nada fácil, mas com um tenro sorriso nos olhos, e uma leve esperança no ar.

O homem que trabalhava nas minas de carvão saía daquele palco mágico e seguia então para junto dos seus companheiros e também com um leve sorriso e um brilho nos olhos de que sonhou aquele dia.

O dia em que Anicleto, o mágico esteve na cidade.

 

Circo_by_glyce

Anos após a passagem de Anicleto, o mágico, por várias cidades, ficou-se sabendo que Anicleto, “nunca existiu”.

Mas deixou um rastro de novas esperanças e possibilidades.

Mas quem deveras éra aquele homem sorridente, vestido de mágico, oras de palhaço, com suas caixas coloridas espalhadas pela praça?

Com seu palco improvisado em meio a panos velhos coloridos que pendurava para que pudesse assim apresentar seus números que éram a verdadeira poesia do ser e a alegria de muitos?

Quem éra aquele homem? Que diziam na verdade nunca ter existido?

Anicleto, o mágico éra a manifestação do sonho que cada um de nós trazemos dentro de nossos corações.

Aquele menino ou menina que um dia nós fomos.

circo03

Aquele que sonhou. Aquele que lutou e insistiu para que pudesse assim um dia viver nem que por um pequeno momento o sonho que permeia o coração de cada um de nós.

Viva.

Sonhe..

Liberte-se e compreenda que tua vida é um palco para que você viva seus sonhos.

E que Anicleto, o mágico. Lhe quer bem.

Obs.:

Depois entre espantados e surpresos, ficaram sabendo que Anicleto, na verdade éra um menino muito pobre, que queria fazer outras pessoas felizes.

Então todo dia “fingia ser um mágico” que ia para as cidades e na pracinha montava seu palco, fazendo assim que cada um dos presentes pudesse viver por alguns momentos seus sonhos.

Anicleto, morreu ainda menino, de pneumonia, na antiga sede de uma fazenda em que seu pai éra um cruel serviçal.

Tom Capella.

Em tempo: Anicleto, nunca saiu da fazenda em que nasceu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário