sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Foi assim

 

Falam tanto de violência.Notamos por vezes que as coisas parecem que não terão soluções. Que os problemas sociais aumentam e os discursos substituem ações.

Coonestam e assim vão levando.

O consumo desenfreado, as quadrilhas urbanas nos faróis, os ladrões solitários nas calçadas (e que matam), os morros, os hospitais, a educação, as periferias e o descontrole da natalidade, fora os alcoólatras de sarjeta e os alcoólatras de carpete.

Alguns despostas em família. Outros vivem vida dupla. Outros apenas buscando cada vez mais milhões e milhões sem preocupar-se com a forma em que adquirem esses recursos.

Lembrei-me do dia em que saí e em horas encontrei-me jogado no chão em meio a uma tamanha violência. As vozes do mata, mata. A dor moral e as pernas sem forças para levantar-se após uma intensa luta de sangue e resistência.

Notei o quanto somos nada. Somos fracos e egoístas. Tive um par de tênis roubado. Fora que fiquei horas e horas nas mãos desses seres.

Acredito que na vida não tenha sangrado tanto e apanhado tanto como naquelas horas. O ódio era tão intenso e o desespero em tirar não somente do que poderia eu ter em termos materiais, mas queriam levar minha alma, meus sonhos, esperanças e crenças.

Mas passou.

Hoje isso continua a acontecer e a pouco vimos que um outro não teve a mesma sorte que eu tive e olhe que também reagi.

Se é sorte ou não. Nunca mais somos os mesmos. Nunca mais vivemos como antes.

Mas se morto em vida. Vivemos hoje o momento. Vivemos as pequenas alegrias e damos muito mais valor nas pessoas. As que realmente mereçam.

Assim seguimos, nessa jornada de transformações e busca do que de melhor possamos ter perdido na vida, no meu caso, não perdi a esperança na vida, não perdi a poesia em observar o mar e o que de melhor um ser humano possa apresentar na minha frente.

Afinal de contas os olhos da alma, ainda enxergam e bem.

Tom Capella

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Resquícios

 

Se pensas você que a vida destroe sonhos. Anime-se!  Mesmo que nas alegrias permeadas de tristezas. Nos momentos breves de alegria percebas por vezes a magia que emana no ar de tua sensibilidade.

Se pensas você que não vale mais à pena lutar. Observa o sorriso de uma criança que acabara de nascer e nem possas assim imaginar onde já chegou a humanidade.

Se não está feliz no país ou cidade em que vive. Acredite! Em muitos casos a solução está em você permitir teu salto, tua mudança e posicionamento em pagar para ver e mudar as coisas.

Observe que a felicidade não é completa e nunca será, mas será completa sempre nos momentos em que ela se manifeste.

Pois somente damos o valor quando perdemos e isso é fato.

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As vezes uma falta de abraço nos que amamos, na nossa falta de paciência com parentes difíceis, idosos e que nos deram muito mais amor do que poderíamos imaginar mas em ações.

Enfim, a vida sempre valerá a pena, mediante os milhões de anos que ainda chegarão e nós seremos quem sabe apenas um pequeno resquício de algo que existiu em algum ponto do cosmos.

Tom Capella

Eu quero pão!

Jogue para mim um pedaço de pão para que eu possa me arrastar e assim alimentar dos meus mais egos.

Jogue para mim  a gota sarcástica da tua pior virtude de forma que eu possa assim tentar compreender de que veneno vive o homem.

Quero então dessa mentira mais suave a poesia mais perfeita.

Dos meus trapos caio eu no asfalto singelo das tuas decepções.

Do teu adeus o tempo cortou a esperança que havia no peito ingênuo dos olhos mais brilhantes que das luas se vivia.

E assim no copo vazio sobre a mesa, noto a dor mais profunda sem corte e sem faca, sem sangue e sem lágrima, uma dor seca e ungida.

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Dos olhos teus quase angélicos, em momentos de fera tentei fazer-me belo.

Mas dos belos, apenas fui fera.

Mesmo que um dia também já me fiz belo e demasiado no que demasiadamente éra belo.

Desse rebento então sinto o nada, o vazio das esperanças e a sensação mais funesta do adeus.

Tom Capella

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Do singelo

 

Em alguns momentos da vida é muito fácil escondermo-nos dentro das mentiras. Sejam elas as mais sinceras ou as mais surrealistas. Permitimos companhias que em nada representam o que sentimos,  pensamos ou temos como princípios pessoais.

Até simpatizamos com esses novos convivas e acabamos uma hora ou outra defrontando-nos com o ímpeto forte da divergência não somente de idéias mas no agir. Mas a vida é uma divergência de experiências, mas não cabe a nós vivermos relacionamentos pagãos.

Como um ateu conviver com um certo religioso. O ateu até conviveria mas o religioso, não, ele é o superior. Independente se o ateu em relação à conduta humana seja de fato o verdadeiro cristão. Mas não é esse  que objetivo dessa palavras, e sim o quanto nós viveremos uma vida de mentiras. O quanto nos esconderemos nos discursos que nada constroem.

Até as atividades comuns quando nós prestamos atenção, percebemos o quanto podemos melhorar. O quanto podemos tirar da vida. O quanto podemos sermos diferentes e fazer com que nossas vidas valham à pena.

O quanto nos preocupamos com coisas que ficaram para trás, no passado e o quanto a vida nos levou a novas paisagens, e de nosso vagão pessoal, observássemos através das janelas o revoar dos pássaros, as árvores, os campos, a neve, o frio, o sol.

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Quantos que amávamos ficaram para trás, nas lembranças dos sorrisos ou das vozes que não ouviremos mais. Muitas vezes onde o silêncio poderia nos ser a guarida da paz ainda manejávamos a espada das palavras, querendo nos defender ou defender idéias que já estavam ou vencidas ou superadas ou alicerçadas em resultados, ou esquecidas.

Se conseguíssemos então enxergar as novas possibilidades e saindo do campo das teorias buscássemos de fato as transformações, em nossas vidas pessoais, na forma de pensarmos, respeitarmos o outro, os limites da compreensão do outro, as paisagens que muitos não viram com nós vimos, talvez assim fôssemos mais sinceros, pessoas melhores e mais autênticas.

Talvez assim compreendêssemos o real valor da paz.

Da nobre e singela paz pessoal.

Tom Capella

Transpor-se

 

A necessidade em transpor-se de um estado para outro, de um lugar para outro, de um sentimento para outro, de uma dor para um momento de auto-controle, de um não esquecimento para um esquecimento de fatos e coisas que não podemos mais mudar ou nem queremos, a libertação de fantasmas do passado, permitindo-nos um transporte seguro, uma transposição saudável ou mesmo que dolorosa, mas necessária.

A complexidade das emoções humanas norteiam o próprio destino de cada um de acordo com o desenrolar das emoções individuais, do que permitimos, auto-controlamos ou deixamos acontecer. Em espaços em que nem a razão mais comanda, apenas os sentimentos.

Mas dessas estradas que se apresentam em seu caminho, quando elas se bifurcarem e você conseguir escolher o melhor caminho, sem a influência dos inlúcidos sentimentos talvez escolha o que melhor lhe conduza ao que procuras, ou que nem sabes que procuras.

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Afinal as virtudes são tantas, orgulho, egoísmo, vaidade, obsessão pelo sucesso ou superioridade, auto-compaixão, frieza, idolatrias, os temperos são muitos, bons ou maus. Mas que podem nortear os limites do aceitável ou não aceitável pelo simples fato de o ser humano ser um ser de relacionamentos, anseios, desejos, dúvidas, medos, razões, fé, ou um último telespectador de sua própria história pessoal.

Se isso é bom ou ruim, bom seria que analisássemos as nossas possibilidades, o que podemos fazer para que possamos transpor por vezes o abismo da melancolia para o abismo dos novos anseios, que são infinitos, enquanto houver vida, enquanto houver um respiro.

Tom Capella

Traduzir

O que estou lendo..

Os dicionários costumam definir tradução como “ato ou efeito de traduzir”.

Enquanto ato, leva o tempo que o tradutor emprega no seu trabalho; como efeito, é o que resulta desse trabalho.
E o que é “traduzir”?

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O verbo “traduzir” vem do verbo latino traducere, que significa “conduzir ou fazer passar de um lado para o outro”, algo como “atravessar”.

Quando, num livro sobre a Guerra das Gálias, o autor escreve que Caesar omnem equitatum pontem traduxit, o que ele quer dizer é que o imperador conduziu ou fez passar pela ponte toda a sua cavalaria.
E traduzir nada mais é que isto: fazer passar, de uma língua para outra, um texto escrito na primeira delas. Quando o texto é oral, falado, diz-se que há “interpretação”, e quem a realiza então é um “intérprete”.

Fonte: Das páginas do livro: O que é tradução, Geir Campos.

sábado, 17 de outubro de 2009

Dos lixos

Muitas vezes somos obrigados a gerenciar, administrar problemas do passado que hoje devido ao amadurecimento, jamais ocorreriam. Mas que nos perseguem e por vezes nos minam dia a dia se permitirmos devido a dor da ingratidão.

Onde notamos até onde determinados seres humanos podem chegar, mesmo tendo sido ajudados, sem agradecer, sem ao menos perceberem que foram agraciados. Não podem dar aquilo que não tem.

E você não pode mais dar nada para aqueles que não merecem.

E quem merece?

Seja justo, não seja bonzinho. Procure na justiça da tua conduta agir de forma correta e assim poderá sentir a brisa da tal bondade em teu rosto.

As pessoas estão muito preocupadas com títulos, com posicionamentos, vaidades, rótulos, quando na verdade em grande maioria são mortos ambulantes apenas esperando a hora de cair. 

E olhe que se cair e ninguém conduzir a própria campa, poderá ficar estaticamente no mesmo lugar por milênios, deixando apenas um resquício de algo que viveu.

Pessoas erradas. Amizades vazias. Diálogos vadios. Sentimento de ajuda, que apenas temos em troca a ingratidão e desdém.

Focamos muitas vezes e muito mal as nossas boas virtudes, nossas energias em lugares que servem apenas como sepulcros caiados.

Foque tua energia para a coletividade. Em primeiro lugar seja egoísta. Sim. Egoísta. Foque em você!

Somente quando você se ajuda, se lapida, se transforma em um ser melhor, para seu próprio bem,  (não é ser bonzinho) consegue atingir um estado de paz que poderá lhe ser a sombra fresca nos momentos de melancolia ou ingratidão.

Se você está bem com você. Estará bem com os outros.

Deixe a cada um sua própria pedra, sua própria corda. As pessoas notarão muito mais como você age, do que com o que você diz ou tentar firmar para os outros o que acredita.

Hipocrisia, diálogos que não levam a lugar algum, o mundo já está cheio.

Pare de querer ajudar as pessoas, principalmente aqueles seres que chamamos de seres dignos de ajuda;  mas nem comparados aos animais podem ser, porque apenas tem o formato humano, mas são calhordas de plantão e acredite, não tem recuperação.

Faça tua parte, não perca tua candura, tua sensibilidade, que com certeza saberá a hora em que deverá ou não expressar o teu sorriso e de fato estender a tua mão para quem realmente valha a pena.

O resto é lixo.

Tom Capella

O Teu Tempo

O que nos mantém no rumo das coisas é a realidade em enxergarmos as pessoas, os fatos e o mundo como realmente eles são.

Pessoas são sempre pessoas, seja no nível do campo intelectual que atingiram ou não.

Determine quem você quer como amigo, amigos escolhemos. Família muitas vezes toleramos.

Mas não aceite em hipótese alguma que a tua vida seja uma vida de segunda, sendo que a vida sempre irá dar as diretrizes para você de acordo com as ações que você determine em sua vida.

Não existem fantasias ou ilusões que expressem a realidade.

O que está acontecendo no mundo e que muitos não querem enxergar.

Caso agora ocorrido hoje, na parte da manhã no Rio de Janeiro, onde um helicóptero da Polícia Militar foi abatido por traficantes onde dois policiais tiveram suas vidas ceifadas.

A realidade está aí mostrando.

O planeta está avisando, em 20 anos teremos resultados catastróficos muito pior, mas ninguém faz nada. Como se insistíssemos em levar nossas vidas medíocres e egoístas em nossos redutos, como se esses redutos não fossem atingidos uma hora por essa desordem planetária e social.

Esses discursos perfumados que tentam nos ludibriar escondendo o verdadeiro caráter, a verdadeira face má das pessoas, tem que acabar um dia.

E vai acabar de uma forma ou de outra. Porque até o que não tem solução já está resolvido. Não tem solução.

Escolha, mas escolha mesmo quem devas fazer parte de teu círculo. Se é obrigado a conviver com trastes, aperfeiçoe-se, seja melhor no que faz, busque conhecimentos, estude, esclareça-se, abra sua mente e segue em frente sem medo.

Por medo de perder por vezes os ossos que conquistamos sejam no campo familiar, ou não, ou na nossa submissão do que não nos preenche, nós não conseguimos avançar.

Depois quando estiver doente, mental, fisicamente, espiritualmente, não adianta correr pelos dois últimos anos de vida e fazer uma cena de que é bonzinho e que ainda tem chance.

Tem chance, mas teu corpo é limitado, material, finito.

O mundo está cheio de gente que após uma queda terrível, se convertem em religiões diversas e vivem querendo converter as pessoas, mas na primeira oportunidade de reconquista dos ossos, colocam a face verdadeira para fora, porque na verdade não se transformaram moralmente, apenas se tornaram lobos mansos.

Nós já somos ontem.

Faça que a tua vida mude. Veja as culturas, os caminhos que você possa trafegar.

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E siga em frente, afinal de contas a vida além de ser um contrato de risco é uma via de mão-dupla.

Tom Capella.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Línguas felinas

 

Muitas vezes nos deparamos com pessoas que vivem com o fel na língua, sem limites, sem amor, sem qualquer pudor em destruir moralmente outras pessoas seja no campo familiar ou não. Não perdem uma oportunidade para culparem o mundo, as pessoas por suas frustrações e incompetências em serem mães, pais, amigos, filhos, filhas ou o que é que sejam.

Péssimos exemplos, são verdadeiros dínamos do desequilíbrio causando por suas ignorâncias, muita dor e depressões por onde passam.

Afaste-se de pessoas assim, e assuma de vez a tua vida, assumindo os riscos e procurando o melhor para você.

Antecipe certos problemas antes que os problemas antecipem você.

Saia da vibração e da sintonia de pessoas que trafegam em mão única e esquecem que amor é algo incondicional e deva trafegar em mão dupla.

A vida é a tua única propriedade dos momentos teus.

De deuses pagãos o mundo está cheio. Ação, dinamismo, atitude, iniciativa ainda faltam.

Outros somente pensam em receber, mas estão muito pouco propensos a doar.

Aliás nem sabem o que é isso, ninguém pode dar aquilo que não tem.

Tom Capella

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Artificial

Temos notado através das experiências diárias seja no campo familiar por vezes, ou no campo social em que convivemos ou somos obrigados a conviver, que a grande maioria das pessoas estão levando uma vida de isopor.

Como se estivessem envelopadas e cegas dentro das suas vaidades mesquinhas e sem o crivo da razão ou da humildade para enxergarem as coisas como realmente o são.

Muitos vivem de blábláblá e acham que ainda convencem. Outros de tão preocupados com o próprio umbigo e nas suas vaidades intelectuais não observam que existe vida além da própria ignorância.

De tão vaidosos por vezes acabam por prejudicarem instituições que hora representam, porque se colocam acima do próprio titular.

Estão tão preocupadas com o show que querem dar ou com os títulos que ostentam julgando-se muitas vezes superiores às outras pessoas, quando na verdade serão comidas por vermes também, outros, mas vermes.

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Duro dizer, duro ler, mas mais duro ainda é conviver com seres assim.

Não conviva! Procure fazer o máximo para conviver com pessoas lúcidas. Que enxergam a vida como ela é e ficam entre o sim e o não.

De hipocrisia, demagogia e me engana que eu gosto o mundo está cheio. O planeta está infestado de uma doença, chamada egoísmo, egocentrismo, vaidades.

Outros tão fechados em seus mundos que não falam, rosnam.

Em verdade todo conhecimento bom é conhecimento aplicado pelo bem da coletividade. Na busca de um mundo melhor para se viver. Sem esses discursos perfumados que tomaram lugar das verdadeiras ações, atitudes, dinamismo.

O resto como sempre digo, é balela.

E para nos enganar, nos sugar, nos vampirizar; todos os dias acorda um, em algum ponto do planeta.

Caberá sempre a nós mesmos, o crivo da razão.

Enxergar as pessoas como elas realmente são.

E no palco que elas representam o seu show, nós possamos ter a segurança de já ter lido esse roteiro.

Tom Capella

Rebobine

 

Em determinados momentos de sua vida é necessário que rebobine no que for preciso em relação as suas experiências do passado e passe assim a analisar novos panoramas no presente de forma que não caia nas mesmas armadilhas e problemas que já possa ter enfrentado.

Pessoas muitas vezes mudam de nomes, lugares e situações mas podem trazer para perto de você os mesmos sentimentos de amizades que trafegam em mão única.

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Caberá sempre a você julgar quando é necessário que se afaste de amizades que somente trafegam nesse único sentido, sem compreender que amizade funciona em mão-dupla.

Muitos vivem para receber, mas pouco estão preparados para doar e na sua concepção do que é certo ou errado, jamais aceitam ou possuem a humildade para compreender quando erram.

Não perca sua poesia no trato com as pessoas e situações, mas analise sempre que possível cada passo que der, não permitindo que o coração fale mais alto que a razão.

Se fizer algo, nada espere em troca, porque acredite, poucos estão realmente preparados para agradecer ou perceber o sentimento de gratidão.

Tom Capella

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Ingratos!

 

Se das tuas entranhas lhe corrói tua alma a dor da ingratidão.

Daqueles que sentaram à tua mesa. Tomaram de tua água. Se postaram como humildes e até choraram. Repensa tuas atitudes e não foque teus pensamentos para restos do passado.

Quando compreenderes que no mundo o que mais atrapalha são os bonzinhos e que ser justo já basta, terás então a noção mais exata de como agir.

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Se és justo, terás o amor mais sublime, mesmo que não o reconheça em tí.

E não espere dos outros o que não tem para lhe dar.

Não tenha medo, a vida em muitos momentos  é feita de um faz de conta.

Tom Capella

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Teu tempo

 

Foque sempre naquilo que você busca. Não permita que pequenas sombras no teu caminho lhe desviem desse foco. Afinal de contas sempre tudo volta ao lugar quando o vento sopra. Você já percebe que és ontem, quando compreende as datas do passado e procura assim transportar-se para experiências passadas que não viveu, mas que ocorreram.

Eles estiveram aqui.

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O tempo passa tão rápido que se tivéssemos a consciência desse sopro teríamos mais cuidado em como vivemos nosso dia a dia e como atravessamos os diversos momentos de nossas vidas, procurando assim sermos melhores na forma de pensar, sentir, amar e nos postular, perante os fatos do dia a dia.

Ontem. Hoje. Amanhã.

Somos ontem!

Tom Capella

Pequenos deuses e a doação da palavra

É cada vez mais comum em nossos dias, nos depararmos com “personalidades” (pequenas) que julgam-se deuses, principalmente com a vaidade do intelectualismo.

(que para mim é um câncer)

Ou a vaidade do cargo que ocupa ou do ambiente que representa.

Salvo a responsabilidade perante certas instituições nobres, o ser humano sempre quer em alguns casos ser maior que Deus.

Outros sem saber efetuar a colocação das “palavras” não pensam duas vezes em ofender ou ferir, mesmo quando são objetos de uma agraciamento ou de um presente tanto de ordem moral o não.

Estão acima do bem e do mal.

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Gigantes pela própria natureza, sem beleza, sem candura, sem humildade, sem compreender nada fora do seu foco e círculo de avelã.

Por vezes de tão cegos que estão sem compreender as coisas além do seus limites de vaidade e arrogância, falam, expressam-se sem a preocupação se o que enviam ao outro lado é um dardo venenoso ou não.

Sabemos que na sociedade todos temos nossas responsabilidades, e que nossa sociedade não é idônea.

A questão não é que é só de boa vontade que vive o homem.

A questão é tomar cuidado em não ser alvo dos “hipócritas” de plantão.

Coisa que só homens de bem verdadeiros, sem medos, sem medo de perder alguns ossinhos que conquistaram para aceitar algumas bobagens e ficar calado ouvindo sobre coisas que o outro lado nem sabe da história de cada um.

A primeira premissa é o respeito ao limite das outras pessoas.

E aquele que coube o direito de falar (bobagens) coube também a condição de ouvir o que não quer.

Afinal de contas o que nos vale é o que de fato acontece, o que fica no campo das palavras, são apenas balelas que passam.

E o que mais ouvimos e presenciamos atualmente nos círculos diversos dos relacionamentos são justamente balelas e personagens preocupados apenas consigo próprios.

Pena!

Tom Capella

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Pois que me dissestes um dia.
Que seria dessa forma e nesse interim.
O que eu lhe disse, que talvez ainda não estivesse preparado.
Preparei-me.
E você no seu Eu descobriu um outro Eu.
Mais forte que seu próprio Eu.
Um Eu forte e firme.
Digno de ser chamado de Eu.
O teu Eu maior.
Mas de tantos Eus teus.
Você por vezes tornou-se um Eu gigante.
Um Eu querido.
Um Eu forte.
Conciso!
Dentro dos teus Eus.
E assim você se tornou um grande EU.
E Eu como fico Eu nos teus Eus?
Há, isso já é algo de nós dois.
Tom Capella.

sábado, 3 de outubro de 2009

O que te antecipa

 

Um dos maiores problemas do homem ainda é no campo dos relacionamentos.

O ser humano sendo o único animal que rí e que possui o livre-arbítrio, por vezes não faz uso dessas atribuições.

No campo do livre-arbítrio, por vezes mesmo tendo a “liberdade” em agir em relação as mudanças que deva fazer em sua vida, leva uma vida de frustrações e vazios sendo submissas ao que não concorda, não aceita ou para não perder o grande amor de sua vida, as grandes oportunidades, quando na verdade oportunidade maior é quando você tem paz.

A preocupação em outros é tão grande que não apaziguam as vaidades pessoais, querem ser maiores dos que representam. Ou curtem seus pequenos reinos de avelãs, esquecendo que nosso limite termina quando inicia o limite do outro.

O posicionamento na vida nos trará sempre os resultados que queremos ou não. São as consequências desses atos. Mas por vezes o remédio tem que ser tomado. Amargo ou não. Muitos querem o fácil. Por isso vivem uma vida inteira de segunda linha.

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Hoje muitos realizados no campo intelectual ainda são como antigos selvagens no campo das emoções.

Ou vivem em desencontros cruéis no campo dos relacionamentos.

Outros sempre estão dispostos a pedir. A sugar. Mas nunca estão dispostos a doar.

Ingratos de plantão. Outros vivem fazendo algo ou pensando que o fazem para receberem benefícios da gratidão.

O mundo está cheio de bons religiosos. Cristãos de plantão. Bonzinhos de plantão.

Precisamos é de Homens justos. Pessoas justas. O resto é balela.

Muito se substituiu atitudes, sem holofotes, por discursos vazios, conversas perfumadas que não chegam a lugar algum.

Personagens, máscaras, promiscuidade moral. E notamos que no avanço tecnológico das coisas, algo ainda breca o Homem em sua busca pela evolução, ou em seu progresso moral, pela coletividade.

É o egoísmo e a virtude fantástica (má) da ingratidão.

As pessoas sempre querem mostrar a você as suas próprias verdades, mas estão sempre muito pouco preocupadas em ouvir o que você tem para dizer. O que você sente. O que bate nesse teu coração.

Vá. Liberte-se dos dogmas. Da vida de isopor que lhe impuseram. Se gosta de música, mesmo que você não passe de um simples cantor de banheiro, cante. Aprenda. Estude. Leia.

Mude tua vida, antes que a vida antecipe e mude com você.

Tom Capella.

Sonhos, Freud e Eu

 

Este sono profundo que me faz ouvir vozes. São em alguns casos as vozes da consciência. De certa forma forçando-me a acordar, levantando os braços e tentando sair daquela amarra. Daquele sono profundo, onde via a vida com outros olhos.

A consciência lhe visita homem.

E assim naquele sono profundo sei que estou dormindo. Mas acordado vendo tudo ao meu derredor. Noto por vezes onde eu poderia ter amado e não amei. Calado-me e não me calei. Abraçado e não abracei.

Camisa-de-Forca

Por vezes quando julguei sem a necessidade de julgar e apenas compreender. Ou quando não vivi o que eu queria viver. Ou permiti que me fizessem o que não gostaria. Ou de quando abri mão de mim mesmo por outros.

Nesse sono profundo ouvia sem parar, sem cessar alguém ao lado de minha cama varrendo o chão. Algo estranho. Cheguei a ver-me enrolado ao lençol tentando acordar, jogando-me ao chão e dizendo contra aquela voz oculta. Vou acordar. Vou acordar. E já não mais sabia se vivo estava ou além dessa por algum lugar na crença de cada um.

Mas aquilo me incomodava e eu em sono. Dizia, que o pesadelo talvez estivesse realmente me incomodando. Do nada consegui jogar-me de vez ao chão, e aqui cheguei, nestas 04h43 da madrugada para postar essa experiência interessante.

Ou seja, aqui estou. Posso mudar muitas coisas, mudando-me, mudando como vejo o mundo, como trato ainda dos que restaram nesses 43 anos de idade. E transformando-me a cada novo dia, de forma que não retorne mais ao lugar em que estive nessa madrugada, seja bem vindo Sr.Freud.

Cá estou eu.

Tom Capella

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

 

Dos meus mais sinceros sentimentos. Da minha reverência ao” outro”. Aquele que chora. Aquele que sofre. Aquele oprimido. Aos que não tiveram chances nem de saber o que eram ou poderiam ser e jogados ao mar, em navios negreiros sem nem sentir o que era esperança.

Dos grunhidos seus. Das dores tuas. Do amor a vida. Da misericórdia. Do belo. Da arte. Do detalhe. Do som. Da melodia. Do vibrato que como um estado de graça nos permite o sentimento maior da nobreza dos sentimentos.

Estas estações minhas, estes meus mais misteres. Das dores minhas, das ingenuidades minhas, das purezas minhas. Dos meus mais profundos quereres. Dos meus não mais quereres.

Dos meus gestos furtivos em relação as mais discretas observações sem ser visto. Sem querer ser percebido, ausente. Nos silêncios meus. Mas presente por momentos.

De tudo o que já me apavora a alma. Do que me tolhe a paz. Seria a imagem desses navios negreiros. Sem lá estar. Sem ouvir. Sem sentir. Apenas em saber que dessas legiões esses meus irmãos eram jogados ao mar para que os traficantes se livrassem deles, permite-me ainda sentir, mesmo após todos esses anos,  a  dor e o desespero.

Tom Capella

Mendigo

 

Ontem na chuva. Estava eu em um canto perto de uma varanda.

Ouvia vozes! Observava do meu esconderijo natural alguns grandes Homens de nossa cultura rindo e conversando sobre assuntos diversos.

Sobre a mesa notava-se,  uísque, vinho e uma tábua de frios. Em outras mesas apenas  água.

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“Estendia minhas mãos para que pudesse assim, receber um pouco dos restos, ou fragmentos de pequenas letras”.

Tentava assim do eu anônimo canto, como uma esmola pedir para que daquelas palavras saciassem minha sede de conhecimento, minha fome de vida e me alimentassem de novas esperanças.

Observava na ladeira próxima, molhada e fria, e como um palco notava meu passado.

Notava naquela frieza do asfalto o que poderia contar de minha história, e quantas vezes chorei calado e com rosto seco e sem lágrimas, com uma dor invisível em meu estômago em não aceitar injustiças.

As experiências e o grande vazio na alma.

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Em épocas diferentes de minha vida, tive a grande oportunidade do grande salto, para que me tornasse um homem idôneo e rico.

Em outras apenas deparei-me em plena avenida Paulista, meu escritório escuro, sem luz, sendo que naquela mesma tarde, neguei, rejeitei um negócio ilícito porque havia de pagar propinas para que pudesse fechá-lo, salvo minha competência no que amava em fazer.

Um mendigo da Paulista, um pobre rico homem, sem idoneidade.

Sem que “dos meus soubessem” quantas almas deveria eu comprar sem que pudessem de fato ver quem eu poderia me tornar e que de fato não tornei-me. Visto ser um mendigo ali.

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Tornei-me apenas uma sombra de personagens, sem títulos, algumas vezes apenas um pequeno rosto em fotografias que não eram para mim e sim para os titãs onde eu de papagaio de orelha ficava até sem perceber, e de forma espontânea.

Quedei meu espírito e notei meus trapos.

Notei meus pés descalços e comecei a remexer a água a minha frente, delas comecei a notar como em cores diversas, letras formando-se.

Sim, “eles me viram”. Jogaram para mim algumas pequenas letras para que eu brincasse de alguma coisa.

Uma sombra tentando manifestar-se.

“Daqueles restos de letras, uma letra a, uma letra b, um pedaço de frase ali, um pedaço de frase aqui, fui crescendo, fui criando assim uma nova ponte, uma nova oportunidade, e fui de mendigo, tornando-me algo um pouco melhor, posicionando-me e com firmeza sem arrepender-me do passado, do que abri mão e dos que me zombaram porque não sabiam de mim quem eu era ou tentei ser realmente, talvez um verdadeiro brasileiro”.

Se meu nome é Pedro o brasileiro, João o brasileiro, Nego Sereno o brasileiro, se sou apenas uma semente. Se sou apenas uma vertente de algo. Se sou sombra, se sou um nada. Se sou apenas um personagem número 2, ou apenas um conto, um cabano.

Posso mesmo sendo um bastardo, dizer que aprendi com eles, aqueles lá da varanda, a desenvolver minha sensibilidade, minhas melhores virtudes e compreender que a riqueza da vida é a consciência em ter passado por aqui, em ter amado, ouvido, sentido a música, sentido os livros que li, os lugares que passei e o respiro das pessoas que encontrei.

Que um dia eu passei por aqui, estive aqui e amei aqui.

Da varanda, da varanda, notaram minha presença e da varanda, daquele lugar, permitiram-me que tocasse e sentisse as poesias, os contos, as crônicas, os romances, tudo isso em uma sopa de letras, das mais belas, no que fiz-me luz.

Desse sentimento de quase vida, de quase morte, de um cansaço das coisas, fui seguindo em frente.

Tom Capella.