Este sono profundo que me faz ouvir vozes. São em alguns casos as vozes da consciência. De certa forma forçando-me a acordar, levantando os braços e tentando sair daquela amarra. Daquele sono profundo, onde via a vida com outros olhos.
A consciência lhe visita homem.
E assim naquele sono profundo sei que estou dormindo. Mas acordado vendo tudo ao meu derredor. Noto por vezes onde eu poderia ter amado e não amei. Calado-me e não me calei. Abraçado e não abracei.
Por vezes quando julguei sem a necessidade de julgar e apenas compreender. Ou quando não vivi o que eu queria viver. Ou permiti que me fizessem o que não gostaria. Ou de quando abri mão de mim mesmo por outros.
Nesse sono profundo ouvia sem parar, sem cessar alguém ao lado de minha cama varrendo o chão. Algo estranho. Cheguei a ver-me enrolado ao lençol tentando acordar, jogando-me ao chão e dizendo contra aquela voz oculta. Vou acordar. Vou acordar. E já não mais sabia se vivo estava ou além dessa por algum lugar na crença de cada um.
Mas aquilo me incomodava e eu em sono. Dizia, que o pesadelo talvez estivesse realmente me incomodando. Do nada consegui jogar-me de vez ao chão, e aqui cheguei, nestas 04h43 da madrugada para postar essa experiência interessante.
Ou seja, aqui estou. Posso mudar muitas coisas, mudando-me, mudando como vejo o mundo, como trato ainda dos que restaram nesses 43 anos de idade. E transformando-me a cada novo dia, de forma que não retorne mais ao lugar em que estive nessa madrugada, seja bem vindo Sr.Freud.
Cá estou eu.
Tom Capella
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