terça-feira, 22 de junho de 2010

Vales maternos

 

O que te dissimula. O que lhe faz desarmar o circo dos teus encantos. O que lhe faz sentir o coração palpitar nas melancolias tuas. Nestas distâncias que já eternas se tornaram. E dos teus vazios e dos teus próprios eternos.

Estes teus eternos.

O que te bole por dentro e lhe faz confessar a tua mais profunda sensibilidade, aquilo que lhe toca por demais o teu vibrato interior sem sentir. Sem nada.

Sinta por vezes a sonata mais bela e silenciosa que lhe toca a alma. E dos teus sorrisos que já partiram.

Dos teus mais belos abraços que lhe disseram adeus. E das tardes de domingos que não mais voltarão.

O que lhe queima por dentro e lhe agita assim os palcos teus. Do teu grito mais oculto.

Que é isso que lhe faz abaixar-se. Que é isso que lhe faz curvar-se.

 

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Esta aguardente que lhe cai no rosto. O que é isso que não lhe alivia. Nem mágica nem o joelho nem a calçada sem cansaço das coisas. O que lhe corta ao meio?

 

 

E assim se de duas partes tuas. Se de teu polo e de teu norte. Se do norte queimou-se.

Se de teus polos caiu-se assim as tuas esperanças. Os teus olhos ainda pequeninos.

Das tuas mãos serenas. Do teu sorriso vazio e das estradas tuas.

São tuas, elas.

Por vezes sem mar. Sem estrelas. Sem sorrisos. Só lembranças já vazias e sem o abraço mais sereno.

Tom Capella

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