Se pudéssemos ler pensamentos.
Se os pensamentos pudessem ser visualizados por todos. Se quando você está com aquela que se diz sua amiga, seu amigo, seu parceiro, seu mentor, seu representante político ou de sua comunidade, pudesse “assim ler” o que tem de fato aquela pessoa no pensamento, o que ela realmente pretende fazer em relação ao que pede para você.
Ou o que ela lhe promete. Apenas no campo das palavras. Sentir por cores o coração das pessoas.
Se pudesse, compreenderia de fato uma das frases mais profundas e marcantes que já se falou na face da terra: – Conhece a verdade e a verdade vos libertará.
Mas muitos preferem viver sem este esclarecimento ou entendimento, sem libertação.
Talvez porque não querem sofrer, ou já são resultado esses de outros manipulados.
Acredite! As pessoas dizem muito mais a você através do silêncio, da ausência e atos do que pelas palavras propriamente ditas.
Não há necessidade em se receber um telegrama informando a realidade das coisas.
Reiteramos, as pessoas lhe dizem muito mais sobre o que pensam de você, de uma situação ou se estão satisfeitas com você ou não através da forma que elas agem.
Mesmo quando nesse silêncio ou ausência e principalmente quando interpretam as coisas de acordo com a limitação pessoal do próprio universo ou ignorância sobre a realidade de determinadas coisas.
E com comida na mesa a vida já basta.
Mas isso é uma história meio surreal. Algo de ficção científica e a realidade é grande e escancarada à nossa frente, mas como nos satisfazemos com a barriga cheia, esquecemos o quanto somos manipulados e enganados, quando o permitimos.
Barriga cheia, televisão na sala e computador na mesa. Fora a cervejinha de final de semana e um bom jogo de futebol para assistirmos e a empregada (nossa esposa) nos servindo algo ou no horário do programa dominical passando nossos trapos para segunda-feira, com nosso barrigão cada vez maior estarmos exercendo a decadência humana de uma vida de mentiras e manipulação em meio a multidão que em verdade é gado. Desculpa. Serve se não para uns, para muitos.
Quando entendermos isso, saberemos sempre separar as coisas e pessoas.
Existem homens que pensam que gostam de mulher. Não gostam. São machistas e vivem em seus mundos de avelãs. Em seus conceitos e preconceitos esquecem que amor é parceria.
Voltando
Mas como a grande maioria esquece que já foi criança. Posso assegurar que uma boa base de educação, princípios ou gestos simples ainda quando somos esponjas, se do coração, se com amor a marca. Nos delimita entre o que fomos, recebemos e o que decidimos ser, ou o que nos tornamos por meio das desesperanças. Mas sempre marcam.
Imagem: Enciclopédia o Mundo da Criança/Delta/Eu acreditava e esse era meu mundo, meu vídeo game, meu microcomputador.
Hoje
E justamente nessa condição estamos exercendo a marca da esponja suja, imunda por vezes por impressões que passamos para uma nova geração que enxerga injustiças, dores, desagregação, violência, até porque independente da classe social, olhe nós aqui falando de classe social, quando essas desagregações, desequilíbrios estão em todos os lares.
Notemos as drogas.
Se as vendem é porque existem (os) consumidores. E vamos na droga moral da corrupção, não somente são políticos, vemos a corrupção no dia a dia, na postura, na conduta de profissionais que agem as escuras, de pessoas que tomam a frente responsabilidades de grupos privados ou residenciais, ou instituições religiosas que não satisfeitos com seus proventos ou causas, tornam aquilo um negócio em paralelo, um desvio, uma posse indébita de recursos que não lhes pertencem mas tentam beneficiar-se através das benesses que disponibilizam por meio de sua autoridade.
Fugindo do objetivo de suas funções e manipulando-as para seu benefício próprio. E no domingo apontam ao político na tv. Quando são iguais ou piores aos que apontam.
Criticam suas polícias. Mas nunca foram saber como eles vivem, (não somos policiais) se possuem família, bem sabemos que eles escolheram essa profissão, mas em tantos desvios, porque não são bem remunerados, não possuem benefícios como educação, saúde e habitação que lhes garanta a cabeça em ordem quando tem que enfrentar as violências externas que são advindas dos problemas da própria sociedade. E seguimos para os professores. Para os bons profissionais que exercem funções vitais para o equilíbrio da sociedade como um todo. (coletividade)
Também as situações de jovens que sequer receberam o amor na vida. Desrespeitados seja pela sociedade como no próprio lar em que foram criados.
A você que joga pedra e por vezes mesmo falando dois, três idiomas e um curriculum acadêmico exemplar, não consegue uma colocação.
A você que sempre teve acesso ao melhor da vida, ao carinho, educação e encontra-se em penúria moral?
Outros, profissionais bem colocados e com cargos representativos na sociedade, mas fracassados nas vidas pessoais. Vemos isso na mídia todos os dias.
Expressamos aqui uma observação panorâmica das coisas, pois sabemos que pessoas de má índole existem em todas os lugares. Inclusive muitas vezes ao nosso lado e nem percebemos as vezes.
A expressão do mano
Quando nós da sociedade em verdade, criamos monstros de forma indireta porque nada fazemos para nosso bairro, nossa cidade, nossa educação, porque deixamos tudo a sua própria venta, porque passamos a acreditar apenas em nossa liquidez pessoal, nosso patrimônio e o que podemos fazer no exercício do poder pessoal do que o dinheiro que temos nos permite fazer.
É comum quando deixamos nossos carros em casa e saímos pelos transportes urbanos, notarmos uma língua que está se proliferando. Muitos jovens sentados ao nosso lado com seu aparelho celular, ouvindo músicas em alto e bom som. Sem importar-se com o direito do cidadão do lado seja na altura ou até sobre o que ouvem.
Fora que quando dialogam segue mais ou menos assim:
- E aí mano? Qualequeé? (sic)
- Então, nóis (sic) foi na fita. Nóis (sic) viu a situação lá e sábadão tem movimento. (nesse caso notei que dialogavam sobre uma “balada”).
Essa forma de comunicação, que é muito mais profunda do que expresso aqui, teria que ser objeto de um estudo mais atento (que já deva ter em algum curso acadêmico), tem sido comum.
Fora os dialetos que tem aparecido na internet.
Notamos aí a degradação de muitos de nossos jovens. O sentimento vazio da impiedade, pois outra observação é que mesmo que um idoso esteja em pé, as chances de que continue em pé durante todo o trajeto da viagem é 80%, pois os mesmos (em sua grande maioria) sentados no lugar reservado aos idosos não se levantam. Mas isso já é mais abrangente, ou seja, não são somente esse grupo de jovens que desrespeitam.
Isso tudo é um “termômetro” real, verdadeiro de quanto anda nossa sociedade e do quanto isso irá proliferar-se na sociedade como um todo.
Se nos doe, se nos fere, se nos deixa marcas, melhor aprendermos a ler pensamentos, pessoas e analisar de fato não somente as atitudes alheias mas as nossas mesmas.
Assim, tenho certeza que teremos uma sociedade melhor e mais justa.
Tom Capella