Muitas coisas na vida dependem do ângulo em que as enxergamos.
E assim também o é para os lugares visitamos.
Épocas, histórias, personagens, dia a dia.
Acredito que existam milhares de olhares para o mesmo lugar.
No caso do Mercado Modelo, na Bahia, não tem como simplesmente chegarmos lá, como meros turistas e não cerrarmos por momentos, frações de segundos os olhos do presente voltando ao passado, imaginando a rotina quando Camafeu de Oxóssi, capoeirista, tocador de Berimbau, compositor, mantinha ali uma barraca comercializando colares de contas, anéis e mil pulseiras.
Esse, amigo de Jorge Amado e Zélia, mas não cabe aqui expressar conhecimento nesse sentido que hora não temos e sim a leveza em voltar a um tempo, em que possamos sentir o lugar em que não somente essas pessoas estiveram, como uma tarde em que Jorge Amado e sua Zélia, ali passavam em uma rotina comum do dia a dia, uma tarde qualquer.
Tentar voltar ao tempo e ter a dádiva em sentir ao menos no que temos de melhor em respeito aos valores que nos antecederam e nos permitiram ter uma história, fragmentos e a consciência de que a vida segue seu próprio rumo.
Não tem como ir no bairro do Rio Vermelho e não imaginar Carybé andando por aquelas ruas, ou quando da procura da casa pelo nobre casal, hoje conhecida como a Casa do Rio Vermelho, onde antes no mesmo endereço era conhecida como Sonata e assim, refletir sobre uma época, em que a história seguia seu rumo.
Enfim, não dá para passar por tantos e tantos lugares sem conhecer um pouco da história local e seus personagens ilustres ou anônimos.
O que mais nos lapida, o que mais nos permite a verdadeira sensação da vida são de fato os sentimentos, o que despertamos de nós, na ternura, na pureza mesmo que impura do coração.
Se for da paz pode entrar!
Tom Capella
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