quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Piadas que nos alertam

Nós não somos reis. Mas poderíamos ter nossos próprios “bobos da corte”.

“Segundo Rubem Alves, o bobo da corte era o único que tinha a permissão para falar as coisas mais absurdas para o rei. Nele estava a verdade. Ele era o gozador. Ele fazia com que o rei, visse, observasse, enxergasse”.

Quando vemos a verdade nossa reação é cair na gargalhada. (Rubem Alves)

Mas quando insistimos em não ver a realidade e nem rir com o bobo dar corte, somos como o rei nú e o ridículo das coisas. (O rei está nú)

Tome sempre que possa cuidado em aceitar as coisas tal qual como lhe “obrigam a acreditar”, porque sempre foi assim, que não há outra forma, ideias, que as as verdades já foram sacramentadas, que se fosse pular sete ondas em determinado dia de lua cheia, sua vida melhorará.

Que tem que repetir trinta e seis frases para que sua vida mude (alguém fica em alguma contabilidade da vida contando-as e somando para você pecados, dores, amores ou não, tudo dependerá dessas frases).

Dizemos isso na questão do “pecado”, do que algo de ruim vai lhe acontecer se você não frequentar tal lugar, não ouvir tal palestra, que sua vida vai piorar, ou seja, sempre uma coação. Uma obrigação e não uma transformação natural da pessoa para o bem. Na compreensão maior que se sou correto, cumpro com minhas obrigações na sociedade e com as pessoas com quem convivo que eu me sinto leve, que eu só tenho a ganhar, dentro daquilo que eu acredito. O que sou.

Aquele que vejo no espelho todos os dias e observo no fundo dos meus olhos. Liberto de sentimentos vazios, liberto do convívio das correntes das paixões baixas, manipuladoras, que usam, destroem e furtam nossos sonhos.

Isso sim nos eleva cada vez mais para os avanços que são necessários para a nossa evolução como seres humanos, pessoas e conscientes de nossas limitações no corpo, na saúde e em nosso encontro com a campa pessoal.

Somos o que fazemos, os rastros que deixamos, o que construímos, o amor que oferecemos, o ombro amigo, a severidade necessária que educa, a disciplina pessoal em treinamento constante para que nós possamos mudar, renovar pensamentos, atitudes, palavras, ambientes que frequentamos, amigos. Amores.

E assim  nos fortaleceremos sempre. Olhando as coisas como de fato são. Respeitando o bobo da corte que nos ensina e nos fala com suas piadas. Mas também observando os ridículos.

Aqueles que dizem que são o que de fato nem eles acreditam. Nem no espelho da alma conseguem olhar. E assim seguimos de fato para a renovação dos nossos valores.

Podar o que nos limita que advém da ignorância, dos vícios particulares, da mania em falar mal dos outros, criticar sem o intuito de construir, ter duas faces, falar manso quando na verdade queríamos é mandar a pessoa ir para o portal que esta arriba.

Seja você. Sempre que possa. No primeiro momento um tsunami pode formar-se ao seu redor. Mas aos poucos tudo irá se estabilizar de acordo com o que lhe trará a paz que almejas.

Não seja o que os outros querem que você seja. Seja você, lute para melhorar, lute por aquilo que ama, mas preserve-se da própria mentira e da hipocrisia que muitas vezes nos faz companhia.

Ao teu passo, a tua mordaça ou a tua liberdade.

Tom Capella

Nenhum comentário:

Postar um comentário