Haia Lispector nasceu na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920. Ela e sua família chegam ao Brasil, em Maceió e passa a ser chamada de Clarice Lispector. Logo a família muda-se para Recife, Pernambuco, onde Pedro seu pai, pretende construir uma nova vida. Ainda pequena Clarice inscreve-se para o exame de admissão no Ginásio Pernambucano. Já escrevia suas historinhas cheias de sensações. Na mudança da família para o Rio de janeiro, dedica-se a leitura de livros de autores nacionais e estrangeiros mais conhecidos, alugados em uma biblioteca de seu bairro. Conhece os trabalhos de Rachel de Queiroz, Machado de Assis, Eça de Queiroz, Graciliano Ramos, Jorge Amado, entre outros.
Clarice e sua família passaram por serias dificuldades financeiras. Deu aulas particulares, aprendeu datilografia, fez inglês e ingressou na faculdade de Direito, fez traduções de trabalhos científicos e trabalhou como secretaria de um escritório de advocacia. Teve um emprego de tradutora no Departamento de Imprensa e Propaganda do Rio, um lugar de redatora e repórter de uma importante Agência Nacional e realizou cursos de antropologia brasileira e psicologia, na Casa do Estudante do Brasil.
Casou-se com o colega de faculdade Maury Gurgel Valente e termina o curso de Direito. Morou em Belém do Pará, seguindo seu marido diplomata. Entre muitas dúvidas, dificuldades, obrigação, família e amigos, Clarice morou na Itália, deu assistência a brasileiros feridos na guerra, trabalhou em hospital americano.
Seu primeiro filho Pedro nasceu em 1948. Nos Estados Unidos, Clarice conhece o renomado escritor Érico Veríssimo e sua esposa Mafalda, grandes amigos são escolhidos para padrinhos de Paulo seu segundo filho. Seu casamento vive momentos de tensos e em 1959 separa-se do marido e regressa ao Brasil com seus filhos. A partir daí lutou para conseguir publicações de seus livros, escreveu muitos outros e teve alguns traduzidos em francês e em outras línguas.
Numa madrugada de 1966 a escritora dorme com um cigarro aceso, provocando um incêndio que destruiu tudo e lhe deixou inúmeras queimaduras pelo corpo e dois meses hospitalizada. Esse acidente definitivamente mudou a vida de Clarice. Ela quase teve a mão amputada e ficou com muitas cicatrizes, enfrentou uma séria depressão, mesmo com o apoio dos amigos, publicação de outros livros e com o trabalho no "Jornal do Brasil" que a manteve por 6 anos.
A escritora teve problemas com os filhos, mas nunca desistiu. Integrou o Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Livro, deu entrevistas, ministrou palestras, ainda publicou muitos livros infantis e romances, se aposentou pelo Instituto Nacional de Precedência Social. Para complementar a renda trabalhou com traduções e como colaboradora de Jornais. Nunca deixou de escrever, precisava disso para manter-se viva, fazia sempre suas viagens e novos amigos, participou até de um Congresso Mundial de Bruxaria e dedicou-se também a pintura.
Clarice morreu no Rio de janeiro, na véspera de seu aniversario de 57 anos, em 1977, vítima de uma obstrução intestinal, motivada por um adenocarcinoma de ovário irreversível. Foi enterrada no Cemitério Comunal Israelita, no bairro do Caju, no dia 11 de dezembro.
Algumas Obras de Clarice Lispector:
Perto do Coração Selvagem
A Paixão segundo G.H.
Livro dos Prazeres
Felicidade clandestina
A mulher que matou os peixes
A vida íntima de Laura
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