Existem fatos em nossa vida que são deveras inexplicáveis. Dia desses pensei ter deixado cair um pedaço de papel no chão. Ao abaixar-me para pegar notei que não me pertencia, mas notei o título: – Salmo 127.
Peguei aquele papel e não lí, foi quando o mesmo acabou perdido em algum local.
Outro dia em uma mesa tomando um café, notei algo em cima da mesma e sem máculas ou críticas, notei novamente para surpresa minha: – Salmo 127.
Olhei, observei e novamente não li. Pensei: – Leio depois. Mas não agreguei isso a misticismo algum, ou algum tipo de sinal até porque hoje pauto minha vida dentro do raciocínio lógico naquele que marcha de forma garbosa (rs) nos limites do enfrentar a fé face a face. Razão e fé. Fé na razão. Acreditar mas saber porque acredita.
Mesmo descobrindo por mim mesmo no dia a dia através das margens do conhecimento que em determinados casos acreditamos simplesmente por acreditar algo que deva ser inestimável ao ser humano no tocante a determinadas magias digamos assim que o universo em seus mistérios nos permite, sentir, viver ou observar.
Após ter guardado também esse papel e sem fazer ligação entre os dois que havia encontrado, novamente o perdí.
E assim toquei meu dia a dia.
Foi quando ganhei uma Bíblia de presente algo que me fora dado em alta estima por uma querida amiga, se ela me permite, Ju.
Presente esse que levarei até o final dos meus dias na terra e confesso, estou lendo.
Acho que a única coisa que levarei comigo no túmulo. (deixarei o pedido por escrito)
Levarei também minha aliança, mas não vou começar a dar dicas, porque os larápios de plantão podem anotar na agenda. (não darei mais dicas, risos)
Guardei aquele “bem” com inusitado zelo, bem ao lado de meu monitor. Não por querer demonstrar para quem pudesse por horas visitar-me, ou que pudesse assim surpreender alguém ou criar uma imagem daquilo que não sou.
Mas salve o belo da vida, sou Cristão. Em processo de regeneração constante, mas sou. Porque sem levantar a bandeira de religiões, assim o sou porque ali em seu manual de vida, código de conduta moral tenho de certa feita tentado aprender a viver e conviver.
Dias desses ao abrir esse nobre presente, tão sagrado e tão belo, notei que estava aberta em uma página que não deu para não perceber.
Salmo 127.
Continuei meus afazeres. Do nada sentí um estampido na minha lógica pessoal em relação a algo que passou desapercebido.
Salmo 127 novamente?
Resolvi ler.
Gostaria de transcrever esse Salmo aqui se me permitirem.
Mas depois quero escrever a mensagem que esse inusitado gesto do Universo em seu mistério acalentoso a vida, (note a beleza da natureza) poderia querer me passar, que mensagem seria essa? Fosse eu um homem de fé, um agnóstico, um ateu ou um religioso. Que mensagem seria essa?
Porque a mensagem é atual
SALMO 127
Cântico de Peregrinação. De Salomão.
Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção.
Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda.
Será inútil levantar cedo e dormir tarde, trabalhando arduamente por alimento.
O Senhor concede o sono àqueles a quem ele ama.
Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá. Como flechas nas mãos do guerreiro. são os filhos nascidos na juventude.
Como é feliz o Homem que tem a sua aljava cheia deles!
Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no tribunal.
Após ler esse Salmo, confesso que nunca havia lido esse Salmo especificamente. Após cinco minutos já tocando minha rotina, comecei a passar por um processo sem perceber porque li, captei com todo o respeito mas segui em frente. Comecei a sentir uma lucidez muito maior em relação a determinadas passagens de minha vida que coincidiam com esse Salmo. Sendo que novamente os mistérios do Universo me tocaram a alma.
Quando minha lógica deu vazão a uma certa magia daquela que brilham os olhos dos esperançosos, quando compreendemos que existe ainda virtudes nos Homens principalmente aqueles que procuram ser melhores no sentido do desenvolvimento de suas virtudes.
De nada adianta você construir castelos em sua vida e achar que está fazendo algo de bom, quando na verdade esse castelo não servirá para abrigar ninguém, nada, nem você mesmo nem os que necessitam da lida do progresso.
De nada adianta você desenvolver conhecimentos se você não espalhá-los para que outros possam também enxergar e compreender, libertando-se de dogmas e desenvolvendo o que tem de melhor para a coletividade.
De nada adianta você enfrentar seus inimigos que são suas piores virtudes se seus celeiros estão vazios porque você não cuidou.
Se você não cuidou do telhado de sua casa, será vítima certeira do próximo temporal.
Será inútil acordar cedo ou dormir tarde, ou ir em instituições, carregar caixas, satisfazer egos, distribuir sopas se a casa (casa mesmo) não está edificada pela reforma íntima, pessoal de cada um no espírito maior da coletividade, cidadania e respeito aos limites do próximo.
E meu próximo é você.
Enfim. Temos que parar de achar que somos bonzinhos, caridosos seja em que campo o for se trazemos dentro de nós as mazelas piores dos lobos algozes.
Muitos ainda participam de grupos mas tem a língua felina não respeitando nem o local que pisam e mostram suas garras quando alguém discorda delas com razão ou não, não sabendo assim compreender que nosso limite termina quando começa o limite do outro.
Não permita uma segunda vez. E não transforme a justiça em picuinhas. A justiça é a justiça. A picuinha é a picuinha. Não seja submisso a pequenos grupos que atuam inseguros por medo de esvaziamento quando na verdade até eu que sou um pecador compreendo que Jesus está onde tiver uma única pessoa, mas em seu nome.
Se você trabalha, não deves temer a própria morte ou o inimigo oculto ou os que assumiram ser seus inimigos.
Por isso amo nosso Hino Nacional, aquela parte que diz:
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Nunca ví algo tão lindo como nosso Hino, que serve aqui para o tema.
Então:
- Não tema quem lhe deseje a própria morte.
Ou que participamos dessa ou daquela ONG, ou alguma instituição, mas na verdade estamos nem aí para o que acontece no mundo, com a violência que avança, com as crianças vítimas de pedófilos, quando na verdade nossa zona de conforto está nos satisfazendo e estamos no conforto de nossas salas com nossos televisores LCD.
Da hipocrizia. Do Show Eu.
Obviamente que não falo para todos. Mas a cada um serve sua própria consciência perante o que representa e na cor que pincela a própria alma.
Do achar que se é rei. Se é superior aos outros quando superioridade é confundida com a liderança que constrói que direciona e arregimenta multidões para a transformação moral, conhecimento e progresso.
Muitas pessoas ainda sentem a necessidade de aparecer quando na verdade uma boa terapia resolveria seu problema.
O Senhor, logicamente que no Salmo é nosso Deus. Nosso Pai. Nosso Soberano.
Não campeio aqui religiões e tomo muito cuidado com isso porque respeito a todas.
Mas religião maior é aquela das atitudes. Da eliminação do falso moralismo e da farsa que corrói.
Não trabalhe em vão. Trabalhe pela transformação do Homem através de sua própria conduta no exemplo diário do que possa você desenvolver através de seus próprios erros. Mas não cesse. Não pare e não permita que a dinâmica da vida, das energias tuas fiquem na inércia em relação a sua própria evolução.
Gire sua roda no sentido de fazer o mecanismo fluir. Mas não semeie pérolas aos porcos. Será energia e tempo jogado fora. Porque até o solo tem que ser preparado para receber a semente.
Alguns solos humanos de tão cegos em seus desejos animalescos ainda são como pedra perante o semeador. Cabe a dor e não a reverência ao seu show de vaidades.
Assim, compreendi naquele dia que se não cuidarmos de nossos celeiros, nossa casa, dos nossos, seremos como o poço vazio.
Aquele poço abandonado bonito por fora, com adesivos belos de um trabalho vazio porque não tocou o coração do Homem em suas transformações que são necessárias.
Vale mesmo são as atitudes e virtudes baseadas sempre na coletividade porque nós somos NADA e o que vale são as obras.
Principalmente as obras que servem realmente como salva-vidas de almas.
Se você não entendeu nada, visite os “Campos Sagrados” e leia as datas e nomes nas lápides.
Quem sabe uma hora não encontremos a nossa, aquela que por vezes ainda está vazia no aguardo silencioso de nosso belo reinado. Nós.
Ao vermes. O que é dos vermes.
Acordemos enquanto é tempo.
Tom Capella.