Sozinho no meio da platéia, luzes apagadas, observei no palco uma suave luz, serena e azul, em um celeste que para mim parecia um vibrato presente, ouvido e sentido pelos olhos do meu ser.
O que me permite a sensação do cheiro suave da rosa. Do lenço jogado no chão de madeira. Na cadeira vazia no meio do palco e um clima de saudosismo talvez, deveras meu ser o que poderia tentar expressar o que não tem expressão. O que não tem vazão. Não tem limites. Não tem rótulos. Não tem capa nem luz e nem vela.
O que poderia eu sentir no suave diácono dos meus mais tenros tempos. Ou na leva serena de novos horizontes. Eu vi o horizonte ali. No meu silêncio observando o não observável.
Sentindo a luz suave, serena, azul celeste, nos vibratos meus.
Sem becos, sem guetos, sem conceitos, sem preconceitos, sem julgamentos, sem rupturas soturnas dos lenços mais suaves. Se me entendes, se entendes, tudo é tão profundo, tudo é tão sem rótulo.
Apenas a leveza suave da rosa no palco. No seu suave quedar. No seu suave aroma. E meus olhos noturnos que se firmaram, zelosos, saudosos, apenas olhos.
Tom Capella
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