terça-feira, 30 de junho de 2009

A Fé do seu ser

 

Existem coisas inexplicáveis que nos acontecem. Tem dia que bate um vento num lugar que não venta, o respiro das ventas sai mais suave e assim sentimo-nos mais leves. Esse vento é o vento das esperanças, do mistério e da luz de Deus em nossas vidas. Tem dia que a gente tem mais vontade de viver. Nossos ouvidos ficam mais sensíveis para ouvir o que toca o coração. Nossa tolerância fica como uma rosa em uma mesa. No tocante suave do que nos permitimos viver. Abraçar. Amar as pessoas. Cantarolar sozinho e sentir assim a liberdade mais plena do espírito.

É quando nossa esperança se reascende.

Um dia notei uma pessoa que me disse que tem fé. Eu fiquei observando-a e lembrei da época em que acreditava em clima de natal. Acreditava no ser humano. Na recuperação e regeneração do ser. Observei no fundos dos olhos dessa pessoa para ver se ela tinha fé mesmo e pasme. Tinha.

Foi quando naquele dia eu descobrí que havia tornado-me um homem “sem fé”. Mas guardei aquele segredo só comigo.

Fiquei dias pensando. Como ter fé? Onde estava minha fé? Onde a perdí. Onde a deixei cair se é que caiu em algum lugar, calçada.

Andei em bares. Virei noites nas madrugadas. Perdí-me em guetos soturnos. Em depressões. Melancolias que me tiravam todos os dias um pedaço de mim.

Conheci pessoas. Percorrí os becos e deparei-me com deuses e demônios (meus), com o bezerro de ouro que me habitava a alma.

Mas não poderia ninguém saber daquele “segredo” que descobrí quando notei nos olhos esperançosos daquela pessoa o que éra verdadeiramente a “fé”.

Descobrí que meus rótulos enganavam uns incautos. Que a vaidade profunda me habitava  alma que o orgulho éra minha sombra.

Que a verdade éra a minha verdade. Que pensava ser bom porque distribuía de madrugadas sopas aos mendigos. Mas meu ser. Meu status. Minhas honras. Meus diplomas. Minha soberania sobre meus atos éra a minha derradeira queda.

E que quando as pessoas falavam nem as ouvia porque o orgulho me tampava os ouvidos.

Não. Espere!! Não levantei bandeiras de religiões alguma.

Mas levantei a bandeira pessoal de minhas transformações pautadas em quem mais admirei e admiro até hoje: – Jesus de Nazaré, que prefiro chamar com respeito de “O Nazareno”.

A vaidade, o dinheiro, o poder, já existiam antes de nascermos.

Um homem sem fé. Ninguém poderia saber daquela verdade que guardei comigo. O menino de ontem que acreditava em papai noel.

Que tinha medo de tudo e de todos quando adolescente,  tinha tornado-se mais uma lápide ambulante e achava que a defesa maior éra o ataque e a violência das palavras.

Depois de anos a procura da fé. Encontrei-me com ela. Quando estava caído envolto em sangue em uma noite infernal de violência e abrí os olhos e deparei-me comigo mesmo no campo pessoal do fórum de minha consciência. Não poderia estar vivo ali. Não éra possível aquilo.

Alí morreu o Tomfort e nasceu o Tom Capella e descobrí o que é verdadeiramente a fé.

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A fé é o que te mantém vivo pela eternidade e te aproxima do que pasme hoje as pessoas materialistas não admitem: Deus.

E Deus é a nossa transformação gradativa. Nossa regeneração enquanto seres humanos e nossas responsabilidades perante a coletividade. Porque vaidade boa é vaidade que enaltece sim a humildade e humildade é deveras uma virtude que agora também procuro um dia conhecer.

E não tenho medo ou vergonha de dizer.

Eu acredito em Deus.

Eu acredito na fé. Eu renunciei as vaidades do mundo, mas aprendo diariamente a interagir com esse mundo e sobreviver mantendo-me longe do que poderia corroer-me novamente nos guetos mais profundos do ceticismo e dos resquícios do pó.

As vezes ganhar é perder. E perder é ganhar. Somente quando estivermos libertos de tanta mediocridade e preconceitos e descermos de nosso palco pessoal dessas vaidades vazias é que compreenderemos a hora de agir. No bem e para o bem.

O resto passa. Até uva passa, passa.

Tom Capella.

Em tempo: Não desista de você! Eu não desistí de mim. E se você não tem “fé”, eu terei por você.

Se teus olhos não tem mais brilho, os meus continuarão a brilhar por você.

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