A tua engrenagem

 

Sermos bons é algo demasiadamente fácil.

A grande dificuldade é sermos justos.

Temos a grande mania em nossas vidas em achar que somos somente nós no universo em relação ao outro.

Somente no que acreditamos vale. O que fazemos vale. O que dedicamos e a que dedicamos vale. E esquecemos por vezes que somos apenas uma pequena engrenagem da grande peça da vida.

E engrenagens são trocadas para darem espaço a novas engrenagens e a evolução das coisas.

Quando compreendermos que somente com a integração de todos nós e a soma de conhecimentos e valores é o verdadeiro dínamo para que possamos transformar multidões, principalmente nossas próprias multidões interiores é quando realmente vemos os resultados dessa energia gerada e compreendemos o porque estamos aqui.

Energia mal utilizada é guarida certa para o desgaste. Não basta termos nobres sentimentos e idealismo se não nos organizamos no campo da vida pessoal de forma que tenhamos o direcionamento necessário para não nos perdermos em meio ao caminho.

Muitas pessoas ferem-se facilmente em relação as suas “suscetibilidades”, não podem ouvir uma pequena palavra ou acharem que alguém invadiu um espaço que nem lhes pertencem além do próprio orgulho que já encontram motivos para algum tipo de encrenca.

O negativismo tem por vezes imperado em muitos ambientes, sejam no campo profissional ou outros, em que os que agem com boas intenções tem que pisar em ovos e agir com um terceiro olho no sentido de tomarem cuidado com as serpentes que ficam pelos cantos. Como selvagens a procura de um osso para matarem sua fome voraz de conquistas.

Posicionamento

Quando nos posicionamos em relação ao que acreditamos de fato. Ao que nos dedicamos no campo seja em relação a nossa interação com a sociedade em que vivemos, círculo de relacionamentos, círculo de desenvolvimento em relação a nossa condição seja ela intelectual para uns ou religiosa para outros, ou apenas em relação a cidadania de cada um de nós, é quando  nos cobramos em relação ao que a vida pedirá de nós.

Para o justo por vezes mesmo não levando um histórico de suas experiências pessoais em um porta estandarte mas no campo sigiloso da consciência, por vezes terá que abdicar de valores materiais. E em uma sociedade que julga pela imagem, pelo arquétipo das conquistas do mundo, poderá por vezes ser mal compreendido ou interpretado. Nessa sociedade de simbologias. De arquétipos que por vezes não representa de fato (não condiz) com o que existe no âmago das coisas.  Julga pelas aparências. E nós mesmos temos que tomar muito cuidado para não cairmos nessas ciladas.

Por vezes vemos uma situação, mas vemos apenas a ponta de um iceberg. E icebergs são como pessoas que mostram apenas 10% do que são ou no campo pessoal das próprias experiências.

Afaste-se de pessoas que se mostrem medíocres, mesquinhas e que não enxergam além do próprio umbigo e ainda julgam-se serem o que não são, mas não verdade somente lhe prejudicam. Você sempre sabe quem é, em relação aos que lhe convivem a vida.

Aparências

Ou seja, não importa o quanto te julguem pelas aparências, mas o que importa e sempre importará para você é o que você realmente é e não o que mostra ou o que pensam que enxerguem de você mas não conseguem enxergar o teu interior.

Mesmo quando não te valorizem ou te desprezem. O teu ser.  O que possas ter abdicado em relação aos seus princípios é de fato a tua maior conquista.

A prestação de contas em relação a tua vida é com você mesmo.

Permita-se então novas possibilidades. Mas não pare. Não viva em função do que dizem a seu respeito ou o que pensem sobre você.

Mas procure através de critérios respeitar as outras pessoas e compreendê-las mesmo quando ainda não atingirem o amadurecimento ou nível de conhecimento que você tenha atingido.

Postura

Cada um carrega consigo sua própria verdade. Outros carregam seu próprio Deus, e julgam aos que não pensam como eles. Mas muitas vezes esquecem que o que importa de fato é o quanto você realmente faz. A tua postura em relação a vida. Ao teu semelhante. A você mesmo no teu silêncio quando longe dos holofotes, posiciona-se sozinho, porque faz o que é certo.

E fazer o que é certo nem sempre lhe permitirá levar para sua casa os louros. Ou as caixas de presentes coloridos que o mundo dos interesses possa lhe oferecer.

Dê então o valor as coisas e pessoas que realmente sejam merecedores desse valor e atenção. A vida passa tão rápido que a única certeza que temos é que daqui a 150 anos, ninguém dessa geração estará presente nesse planeta. Somos viajantes. Somos passageiros e perdemos tempo com nada. Com bobagens e por vezes somos escravos de nossos próprios vícios de pensamentos.

A vida tem a cor que damos a ela.

Solte-se e acredite que você pode. Se o mundo parece tão injusto. Faça você sua parte e procure ser mais ameno, menos seco em relação as pessoas de bem. Ser mais humilde quando pensa que és rei.

Porque sempre retornará ao pó o que é do pó.

Tom Capella.